Como mensagem inconteste do tempo.
Quando minha voz estiver fraca, reticente
Ainda assim estarei fazendo parte do presente
Com lembranças que o tempo não levou
Com esperança de ver o que ainda não vi
Olhando no espelhos velhas rugas novas
A contarem a história do que tanto vivi.
Mas quero ainda estar livre para pensar
Ter a liberdade de acordado ainda sonhar
Correr atrás, a buscar novos pensamentos
E que ainda me seja dada a dádiva de amar
Não quero momentos tristes para lembrar
Quero sentir o gosto dos beijos que troquei
Que as mãos enrugadas passeiem no rosto
Relembrando carícias que sempre lembrei
Quero estar livre para apenas ser eu mesmo
Sem compromissos para amanhã, viver assim
Brincando de viver os dias que ainda restam
E correr, lento, entre as flores de um jardim
Não precisa que me lembrem que envelheci
Sei me ver, até sei ainda lembrar de mim
Mas agora, mais sábio, me basta me ver
É o tempo dizendo que mereci envelhecer
Não sei se de exemplos algum dia servi
Se o fizeram não foi por um meu querer
Nada demais eu quis, e o que quero agora?
Me divertir no que ainda tenho para viver
José João
23/04/2.024